Arquivo da Categoria "Produções do Grupo"

POÉTICAS NEGRAS, FORMAÇÃO E PRÁTICA DOCENTE NA EDUCAÇÃO INFANTIL: ARTE E ESTÉTICA (EMPRE)TECIDAS

Postado por Coordenação FIAR em 16/maio/2023 - Sem Comentários

SILVA, Greice Duarte de Brito. Poéticas negras, formação e prática docente na educação infantil: arte e estética (empre)tecidas. 2022. 282f. Tese (Doutorado em Educação) – Programa de Pós-Graduação em Educação, Faculdade de Educação, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2022.

RESUMO:

Histórias, bordadas pelas vivências da negritude, re-existem nesta tese, pelos sentidos da memória. Irrompem a partir da poética de mulheres-artistas negras, caracterizada pela beleza descolonizada, vívida e fértil, que vem de Oxum, orixá-símbolo do poder feminino. No coração da pesquisa, encontram-se as artes visuais de Rosana Paulino, as escrevivências de Conceição Evaristo, as cirandas de Lia de Itamaracá, dentre outras que incorporam culturas negras. Neste compasso, analisa a contribuição das poéticas de artistas negras para a formação docente, sob a perspectiva da relação entre estética, arte e vida, que pela opção decolonial endossa a construção de subjetividades desmascaradas (GOMEZ e MIGNOLO, 2012; ACHINTE, 2013; 2017). Processos de formação docente, compreendidos a partir das histórias de vida e de narrativas autobiográficas (JOSSO, 2010, entre outros), foram relacionados aos saberes ancestrais: como sankofa, símbolo traduzido pela volta ao passado em busca do que se esqueceu, e o poder da oralidade, na tradição viva (BÂ, 1982). Tecida pelas veredas de uma metodologia errante (OSTETTO, 2019) e sob o cenário pandêmico, a pesquisa utilizou fer- ramentas digitais para a produção de dados: a) formulário online, pelo qual uma consulta a professores e professoras da Educação Infantil da rede pública do município de Niterói/RJ permitiu delinear um mapa dos hábitos culturais, com o conhecimento de artistas, espaços e/ou manifestações culturais relacionadas às tradições africanas, afro-brasileiras e/ou cenários socioculturais do negro no Brasil; b) cinco encontros-ateliês narrativos, via comunicação por vídeo, com seis professoras autodeclaradas negras, que dentre as respondentes, aceitaram o convite à interlocução. Como um aquilombamento, a experiência de estar juntas, partilhando histórias e memórias, com suas dores e belezas, transversa ao encontro com a/na Arte e Cultura Negras, expandiu-se em um campo formativo. O ato de compartilhar poéticas negras, abriu um campo dialógico fértil com as professoras: o espaço para relatos de experiências de vida, provocados pelos saberes-fazeres de artistas negras, mostrou-se importante para um fazer/fazer-se liber- tário. As narrativas evidenciaram tempos, territórios, figuras de ligação, vivências culturais, objetos biográficos das docentes e princípios estruturantes de discursos pedagógicos. Revelaram, também, como uma escuta sensível, que considera princípios éticos, políticos e estéticos, pode conduzir a novas situações pedagógicas, ampliando o trabalho com ERER na Educação Infantil. Incluir manifestações artístico-culturais, dar a conhecer artistas e espaços culturais que inserem o indivíduo negrodescendente como profissional das Artes Visuais, Teatro, Dança e Música, são ações que podem desencadear outros gestos, imagens e linguagens, fortalecendo perspectivas participativas e antirracistas. Nessa direção, os encontros-ateliês narrativos, foram validados como proposta metodológica de formação docente: ampliam a experiência com as linguagens artísticas e, quando mediados pelo contato com poéticas de artistas negros e negras, intensificam o conhecimento acerca da arte e cultura negras, permitem apurar os significados de pertencimento étnico-racial e alargar repertórios estéticos docentes. Confiar na poética de mulheres-artistas negras, como guia de um processo de pesquisa- formação, reafirmou a experiência estética como processo cotidiano, tecido com os fios de uma estética que expressa um desejo de significar a vida pela opção decolonial, no exercício de libertação de subjetividades que desloca a consciência de ser, de sentir, de pensar, de ver, de narrar-se. Uma estética que ajuda a (empre)tecer à docência com crianças pequenas, acolhendo as diferenças, com dignidade e confiança, mesmo em condições críticas.

PALAVRAS-CHAVE: Formação Estética Docente, Educação Infantil, Professoras Negras, Poética e Estética Negras, Abordagens (Auto) biográficas

PROFESSORAS DAS INFÂNCIAS E MUSEUS DE ARTE: TECENDO ENCONTROS, ENTRELAÇANDO SABERES NA REDE

Postado por Coordenação FIAR em 16/maio/2023 - Sem Comentários

BIBIAN, Simone. Professoras das infâncias e museus de arte: tecendo encontros, entrelaçando saberes na rede. 2022. 282f. Tese (Doutorado em Educação) – Programa de Pós-Graduação em Educação, Faculdade de Educação, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2022.

RESUMO:

Esta pesquisa se propôs a identificar e discutir o lugar que os saberes e as narrativas de docentes das infâncias ocupam e/ou poderiam ocupar nas ações educativas dos museus de arte. Buscando uma nova forma de aproximação entre museu e escola, e privilegiando a abertura de espaços de diálogo, onde as múltiplas dimensões formativas (saberes acadêmicos, práticas, experiências, sonhos, memórias) pudessem ser acolhidas, a metodologia proposta foi sustentada na ideia de conversar com professoras de educação infantil. Inspirada em Walter Benjamin (1987), nos pressupostos teórico-metodológicos das abordagens (auto)biográficas e das histórias de vida e formação (JOSSO, 1999; BRAGANÇA, 2008 e 2012; DELORY-MOMBERGER, 2016; PASSEGGI, 2011), a pesquisa contou com a colaboração de nove professoras de Educação Infantil da Rede Pública de Niterói e compreendeu duas etapas: encontros individuais (online), para conversar sobre os temas que circulam na pesquisa proposta – percursos que as levaram à docência, seus contatos com a cultura, a arte na escola, museu e arte brasileira do século XIX; ateliê (online), configurado como um projeto de formação, formulado a partir das narrativas dos encontros. O projeto de formação, chamado “Olhares Múltiplos – ateliê artístico e poético”, desenvolvido como segunda etapa da pesquisa, utilizou como dispositivos o podcast e o grupo de discussão via Facebook, tendo como fio condutor as obras de arte brasileiras do século XIX que, nos encontros online realizados, foram mais citadas pelas professoras. Dos achados, a tese discute como a formação estética proposta se entrelaçou com narrativas autobiográficas, trazendo novas possibilidades de diálogo com docentes da infância; as reverberações do contato das professoras com a arte e a potencialidade do uso das novas tecnologias, no caso o podcast e o Facebook, como dispositivos que podem sustentar propostas de formação que articulam educação e arte. Práticas e concepções que aparecem nas narrativas das professoras, sobre arte na escola, também foram matéria de discussão e análise. Por fim, buscando responder à pergunta fundante da pesquisa – O que pode o museu aprender com docentes da educação infantil sobre acolher crianças em seus espaços? – uma lista com as “Dez lições que as professoras ensinam aos museus” foi elaborada. Ao propor a formação estética de professores e professoras das infâncias e as possibilidades de contribuição do museu e das novas mídias para a ampliação de seus repertórios artístico-culturais, espera-se que esta pesquisa amplie a discussão sobre as possibilidades de entrelaçamento de saberes, levando em conta, também, as dificuldades impostas pela pandemia.

PALAVRAS-CHAVE: Educação museal, Educação Infantil e Arte, Formação Estética de Professores, Educação e novas mídias, Pesquisa na pandemia.

ENTRE O VISÍVEL E O INVISÍVEL: TEMPOS E ESPAÇOS DA ARTE NAS NARRATIVAS DE PROFESSORAS DA EDUCAÇÃO INFANTIL

Postado por Coordenação FIAR em 16/maio/2023 - Sem Comentários

MOTTA, Xênia Fróes da. Entre o visível e o invisível: tempos e espaços da arte nas narrativas de professoras da educação infantil. 2022. 237 f. Tese (Doutorado em Educação) – Programa de Pós-Graduação em Educação, Faculdade de Educação, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2022.

RESUMO:

Ouvir histórias e saber contar histórias, é uma arte, que se conserva no ato mesmo de contar e ouvir, contar e ouvir mais uma vez, e outra vez mais, como diz Benjamin (2010). O desejo de ouvir e (a)colher histórias de professoras de Educação Infantil, sobre suas experiências e práticas pedagógicas com a arte, foi o fio que teceu a pesquisa. O objetivo de identificar fundamentos do trabalho com a arte na educação infantil, mapeando e analisando referências teóricas e artísticas evocadas em narrativas docentes sobre suas práticas, guiou o percurso. Pelas trilhas das abordagens (auto)biográficas (ABRAHÃO, 2003; JOSSO, 2004; PASSEGGI; SOUZA; VICEN – TINI, 2011), entrelaçou arte, educação infantil, memórias, experiências, formação estética e narrativas docentes. A conversa de base dialógica (FREIRE, 1989; 1996) e a fotografia – como mediadora de rememorações (DELORY -MOMBERGER, 2014) e como narrativa visual (VIADEL; ROLDÁN, 2012; EGAS, 2017) –, foram tomadas como dispositivos de apoio ao tecer narrativo das experiências docentes. No contexto da pandemia de Covid -19, considerando a imposição do distanciamento, foram realizados quatro encontros, por meio de plataforma virtual, com três professoras de Educação In – fantil da Rede Municipal de Educação da cidade do Rio de Janeiro/ RJ, configurados como “conversas pelas janelas virtuais” (MELLO, 2021). As professoras foram convidadas a partilhar fotografias dos espaços em que atuam e, por meio delas, contar seus percursos e relação com a arte, na prática pedagógica, nos espaços habitados com as crianças. As conversas foram gravadas, transcritas, textualizadas e organizadas em cinco grandes grupos narrativos, constituídos, prioritariamente, com palavras e imagens (re)colhidas das narradoras – -participantes: retrato das professoras; diálogos sobre o cotidiano; espaços da prática docente em fotografias; escolhas estéticas; arte nas propostas e experiências partilhadas com as crianças. Com o conjunto de narrativas organizado, o estabelecimento de chaves de leitura permitiu traçar interpretações e considerações, ampliando o diálogo e a compreensão de pontos definidos como essenciais na temática pesquisada: conexões entre os objetos autobiográficos e as materialidades das salas de referência; modos de ver e fazer arte evidenciados nas paredes e murais; inventário de propostas, linguagens e materialidades; olhares e escutas sobre o que é arte; lastros formativos da pesquisa. Sobre a concepção de arte, as narrativas docentes apontam definições em palavras -chave: criação, expressão, emoção, produção, experimentação, sonho, estética, cultura. Sobre o trabalho com a arte na Educação Infantil, perpassa as narrativas uma ideia ampliada, que rompe com os cânones, por exemplo, das materialidades e das formas, da percepção do belo. Como dizem as professoras: arte não é só o quadro na parede, também é uma estamparia; não é só pintura, uso do pincel, é também literatura, manifestações populares, contação de história, composição com materiais não estruturados, além do estritamente artístico. O entrelaçamento de linguagens, observado pelos marcadores presentes nas fotografias das salas, assim como no testemunho docente, traz à luz a visão de que arte atravessa o cotidiano, está em tudo.

PALAVRAS-CHAVE: Arte na Educação Infantil, Dimensão estética do ambiente educativo, Conversa como dispositivo de pesquisa, Narrativas (auto) biográficas, Formação estética docente

ATELIÊS DE ESPAÇOS EFÊMEROS NA FORMAÇÃO ESTÉTICA DOCENTE: ATRAVESSAMENTOS E RESSONÂNCIAS

Postado por Coordenação FIAR em 16/maio/2023 - Sem Comentários

SILVA, Vilma Justina da. Ateliês de espaços efêmeros na formação estética docente: atravessamentos e ressonâncias. 2022. 345f. Tese (Doutorado em Educação) – Programa de Pós-Graduação em Educação, Faculdade de Educação, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2022.

RESUMO:

Com o objetivo de analisar a contribuição da organização de ateliês de espaços efêmeros, como dispositivos de formação estética docente, a pesquisa foi desenvolvida por meio da proposição de encontros-ateliês, com 13 estudantes do curso Mestre d’Educació Infantil (Graduação em Professor de Educação Infantil) da Universidade de Girona (ES), matriculadas na disciplina optativa ‘‘El taller em el primer ciclo d’Educació Infantil” daquela universidade. Os referenciais teórico-metodológicos que sustentaram a investigação, decorrem das abordagens autobiográficas (JOSSO, 2010; PAS – SEGGI, 2010), da perspectiva de ateliês como dispositivos formativos e da essencialidade do fazer a mão (OSTETTO e BERNARDES, 2015; OSTETTO, 2019) e da pesquisa baseada em artes, com a utilização da linguagem fotográfica, na perspectiva do foto-ensaio (ROLDÁN e VIADEL, 2012). A discussão sobre a dimensão estética, aspecto central na pesquisa, é traçada em diálogo com os estudos de Eisner (2008), Juanola e Calbó (2004), Juanola (2006), fundamentando uma visão mais holística deste campo, que considera a articulação entre cultura estética e artística, de modo a evitar fragmentações. Na base desta visão está a concepção de que a arte proporciona não apenas o refinamento dos sentidos, o desfrute das qualidades estéticas de tudo que nos rodeia, mas se transforma em chave que abre possibilidades para o reconhecimento do outro, impulsiona o conhe – cimento, o contato e a identificação com as diferentes culturas. O conceito de espaço efêmero de formação estética docente, um dos resultados do estudo, construído no diálogo com os campos da arte, da arquitetura e da educação, é enunciado como um ateliê expandido, sem base física fixada e sem fronteiras, no qual não apenas a atividade proposta é importante, mas o espaço em si, com suas propriedades, funciona como um dispositivo para ativar a experimentação de sensa – ções distintas das usuais, para provocar fruição na relação com os elementos disponíveis, fecundar sentimentos, pensamentos, intuições, sensações, em rupturas de sentidos. Neste quadro teórico e metodológico, o percurso da investigação aponta que a proposição de ateliês, como espaços efêmeros de formação estética, oportunizou o (re)encontro das estudantes-professoras com suas memórias estéticas. Desta maneira, a tese argumenta que a formação docente para a infância pode ser impulsionada por meio de propostas que articulam a dimensão ética, estética e política, no cultivo de exercícios de memória e do fazer à mão, com todos os sentidos, experimentados em espaços efêmeros, com a natureza, a arte e a cultura. A abertura para saberes e fazeres sensíveis, potencializa os processos formativos ao longo da vida, rearticulando-os à prática docente.

PALAVRAS-CHAVE: formação estética docente, espaços efêmeros de formação, educação infantil, Pedagogia e arte

ARTE, INFÂNCIA E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL: NARRATIVAS DE PROFESSORAS DE ARTE

Postado por Coordenação FIAR em 16/maio/2023 - Sem Comentários

LIRA, Iasmim Cavalcanti Caballero . Arte, infância e práticas pedagógicas na Educação Infantil: narrativas de professoras de Arte. 2021. 172f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Programa de Pós-Graduação em Educação, Faculdade de Educação, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2021.

RESUMO:

Minha prática como professora de Arte e as diversas inquietações advindas do contato com as crianças pequenas me impuseram a necessidade de ampliar conceitos e práticas envolvidos no trabalho com arte na Educação Infantil, pois as especificidades dessa etapa educacional demandam conhecimentos que não estão presentes no currículo de licenciatura em Arte. Observando as crianças, atentando para os modos próprios de se expressarem e avaliando as propostas que eu lhes oferecia, fui provocada a refletir sobre outras formas de equacionar educação, arte e infância, perguntando-me: quais as relações possíveis entre Arte e Pedagogia? O que define os papéis do professor de referência de um grupo e o professor de arte? O que os aproxima e/ou distancia? A pesquisa foi conduzida a partir desses contextos e dessas questões. Para desenvolvê-la, realizei um levantamento das produções sobre o tema, analisando os trabalhos apresentados nas reuniões nacionais de duas associações de pesquisa, uma de Educação e outra de Arte: Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPED) e Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas (ANPAP), e também fui ao encontro de professoras de arte, para ouvir suas narrativas sobre concepções e práticas na Educação Infantil. A partir de minhas memórias de formação, articulo questões apontadas por colegas professores de arte (com os quais tive contato através de um fórum virtual em um curso de Especialização em Ensino de Artes Visuais) e prossigo, no diálogo com autoras do campo da Arte e da Pedagogia (tais como Albano, Ostetto, Rangel, Holm, Vecchi), para, então, estabelecer um campo de significados sobre a temática e sustentar teoricamente a pesquisa. Considerando o contexto de isolamento físico, imposto pela pandemia causada pelo novo coronavírus, para a produção de dados utilizei-me do dispositivo “conversa virtual”. Em busca de narrativas que acolhessem dados experienciais sobre concepções e práticas docentes com arte na infância, conversei, em um encontro coletivo via plataforma digital, com seis professoras com formação em Arte que atuam ou atuaram na Educação Infantil. O encontro foi gravado, seu conteúdo transcrito e as narrativas docentes foram textualizadas. A partir de chaves de leituras, constituídas no exercício de percorrer atentamente as narrativas, foram identificados temas que possibilitaram compor um diálogo com as questões da pesquisa: “concepção de criança”, “estar juntos: princípio pedagógico”, “materiais e suportes”, “arte com os maiores”, “produtos e exposições”, “processos e experiências”, “expectativas x realidade” “relação professores(as) de arte/pedagogos(as)” e “professores(as) de arte na Educação Infantil”. Destaco, nas reflexões, questionamentos e vislumbres de caminhos para um diálogo mais coerente entre os campos da Arte e da Educação Infantil.

PALAVRAS-CHAVE: Arte na Educação Infantil, Docência em arte na educação infantil, Formação estética, ateliê, Arte e Pedagogia

NO ÁLBUM DA MEMÓRIA: A CIDADE, A INFÂNCIA DE PROFESSORAS E A FORMAÇÃO ESTÉTICA

Postado por Coordenação FIAR em 16/maio/2023 - Sem Comentários

MELLO, Graziela Ferreira de. No álbum da memória: a cidade, a infância de professoras e a formação estética. 2021. 174f. Dissertação (Mestrado em Educação)- Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2021.

RESUMO:

Na legislação da Educação Infantil, os princípios estéticos figuram como diretrizes para a elaboração das propostas pedagógicas em creches e pré-escolas. Sendo assim, pensar a formação estética de professores que trabalham com as infâncias é uma demanda importante. A presente pesquisa pretende contribuir para a discussão sobre tal formação: ao tomar a cidade como campo de formação estética, investiga como o contato com os espaços da cidade em que um grupo de professoras cresceu, atuou em sua percepção e formação. Que espaços da cidade frequentavam quando crianças? Os equipamentos culturais e artísticos foram presentes em seus percursos? Que relações e experiências vividas com/na cidade consideram importantes para a formação de sua sensibilidade estética? A partir das memórias da autora com a sua cidade, atravessadas por imagens fotográficas capturadas pelas lentes de seu avô, a pesquisa vai em busca de narrativas docentes, para colocar em diálogo essas experiências e ampliar seus sentidos na jornada de formação. Com o aporte teórico-metodológico das abordagens (auto)biográficas e narrativas, os dados foram produzidos por meio de encontros com cinco professoras de Educação Infantil que atuam na cidade de Niterói/RJ e que passaram suas infâncias nesta cidade. Os encontros, marcados pela reinvenção, imposta pelos tempos pandêmicos que atravessamos, configuraram-se como conversas pelas janelas virtuais: para escutar as histórias de infância com/na cidade, as conversas foram realizadas via plataforma digital, em momentos diferentes, com cada uma das professoras. Buscou-se amplificar possibilidades de rememoração e narrativas de si por meio de imagens fotográficas da cidade e/ou das participantes na cidade. Gravadas e posteriormente transcritas, as conversas foram textualizadas e, inspiradas na escrita benjaminiana, principalmente no conjunto de textos Infância em Berlim por volta de 1900, foram organizadas em fragmentos de narrativas, pequenas crônicas. As histórias com/na cidade, capturadas na leitura atenta das narrativas partilhadas, foram entrelaçadas, constituindo fios de sentidos que revelam percursos de formação estética atravessados por diferentes espaços (de arte, de cultura ou junto à natureza), intimamente relacionados aos grupos de convívio a que pertencem e às suas práticas sociais, como frequentar um clube, brincar o Carnaval, participar de manifestações populares, ir à praia e a parques públicos.

PALAVRAS-CHAVE: Formação estética na cidade, Cidade e memória, Infância e cidade, Formação de Professores, Narrativas Autobiográficas.

O QUE (QUASE) NÃO SE VÊ: OLHARES DE INFÂNCIAS NA NATUREZA

Postado por Coordenação FIAR em 16/maio/2023 - Sem Comentários

NIMRICHTER, Ana Clara. O que (quase) não se vê: olhares de infâncias na natureza. 2020. 142 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2020.

RESUMO:

Onde está a natureza em nossa vida cotidiana? E na vida das crianças? Como as crianças experienciam a natureza? Como seus corpos reverberam ao sentir suas texturas, a descobrir suas infinitas camadas de sentido? Como vivem a relação com os elementos da natureza – folhas, terra, águas, plantas, pedras, estrelas, tudo o que há ao nosso redor? Estas intrigas impulsionaram-me à pesquisa, desejando investigar as relações e as percepções das crianças com e sobre a natureza. Observar como interagem com as áreas verdes disponíveis na instituição que frequentam; capturar seus olhares sobre a natureza revelados em fotografias produzidas por elas no processo de pesquisa; ouvi-las acerca das experiências em ambientes naturais e sobre suas produções fotográficas e, por fim, produzir com as crianças um Diário da Natureza, foram os objetivos traçados que sustentaram a travessia da pesquisa. Para desenvolver os objetivos propostos, contei com a colaboração de cinco crianças, com idades entre os quatro e cinco anos, que frequentavam uma unidade de educação infantil pública federal na cidade de Niterói/RJ. A metodologia fundou-se na pesquisa-intervenção (JOBIM E SOUZA, 2006) e na teoria dialógica (GERALDI, 2012), trazendo atenção às especificidades da pesquisa com crianças (PEREIRA, 2015) e à utilização de fotografias como dispositivo de geração de dados (FRANGELLA, MOTTA, 2013). Observei os tempos em que as crianças estavam nas áreas verdes, disponíveis na instituição, buscando capturar olhares, movimentos, gestos, expressões infantis na natureza, ou seja, perceber formas de interação das crianças com os espaços e os elementos que compunham tais áreas. Fotografias, realizadas com e pelas crianças, as notas de campo e a criação de um Diário da Natureza – um portfólio pessoal, onde os registros fotográficos ganharam vida, na composição com desenhos, pinturas e colagens de elementos naturais – constituíram o conjunto de dados. Além dos conceitos trazidos por pesquisadores que discutem as relações entre infâncias e mundo natural (LOUV, 2016; PIORSKI, 2016,2018; TIRIBA, 2018), a pesquisa buscou inspiração nas infâncias dos povos e comunidades tradicionais indígenas e quilombolas e dialogou com teóricos que propõem uma visão integrada e orgânica do ser humano com o planeta. (BENITES, 2015; KRENAK, 2019; SANTOS, 2016; MARTINS, 2015). A análise do material reunido revelou uma visão de natureza bastante ampla, marcada por um olhar infantil que duvida do óbvio, imagina mundos, ilumina frestas, fiapos e pequenas nuances de luz e sombra. Ao lhes ser proposto que fotografassem a natureza, as crianças não procuraram evidências, mas enxergaram e criaram magia em seus cotidianos, buscando, ao fotografar, enquadrar seus lugares de intimidade e a cumplicidade de rostos queridos: os amigos, os brinquedos, os cantinhos, os espaços afetivos que marcam a memória do corpo e do coração. Fugindo de uma lógica adulta e linear, mostraram o que (quase) não se vê: a natureza está em qualquer lugar – em pessoas, em coisas, em plantas, no que for. Os meninos e a menina participantes da pesquisa mostraram que, na prática, ainda há crianças que se aventuram na natureza e nela encontram o prazer de brincar.

PALAVRAS-CHAVE: infância e natureza; Diário da Natureza; pesquisa com crianças; fotografia, brincadeira; imaginação; experiência estética.

NA PROFUSÃO DE GESTOS, OS CORPOS FALAM DE MODOS DE SER E DE SE RELACIONAR NA CRECHE

Postado por Coordenação FIAR em 23/out/2020 - Sem Comentários

BOMFIM, Patrícia Vieira. Na profusão de gestos, os corpos falam de modos de ser e de se relacionar na creche. 2020. 245 f. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2020.

RESUMO:

A relação corporal entre adultos e bebês no berçário é o foco desta tese, que teve como objetivo geral identificar e analisar as narrativas sobre/com o corpo tecidas nas relações entre professoras e bebês no cotidiano de uma creche. Referenciado, sobretudo, na Psicologia/Filosofia walloniana e na Antropologia/Sociologia/Psicologia lebretoniana, o corpo é compreendido como materialidade viva, que pensa, sente, age e interage; produtor de sentidos, atua de forma ativa nos contextos culturais e sociais nos quais transita. Os dados, advindos da observação de um grupo de 14 bebês com suas quatro professoras, foram gerados por meio de registros escritos e fotográficos, focando diferentes momentos da rotina em um berçário de uma creche pública municipal do interior mineiro. A produção fotográfica, compartilhada e apreciada pelas docentes em encontros com a pesquisadora, serviu para mobilizar olhares sobre o corpo e impulsionar as narrativas. Além do conteúdo narrativo produzido, o diálogo mediado pelas fotografias evidenciou um grande interesse das docentes em compartilhar o vivido, falando de suas intenções e desejos (realizados ou não). O material foi sistematizado em três grandes eixos analíticos, a saber: “Os corpos nos entremeios de tintas e coreografias coordenadas”, “Nos gestos do corpo: as emoções” e “Corpo, natureza e cultura”, compostos cada qual por Episódios que apresentam, além das imagens, narrativas da pesquisadora e das docentes colocadas em diálogo. A análise aponta para múltiplos aspectos, dentre eles: 1) nas narrativas corporais tecidas entre professoras e bebês, foi possível identificar uma profusão de gestos, que revelaram relações ora aproximadas, ora distanciadas, tanto dentro quanto fora da sala de referência. O olhar atento e acolhedor das professoras aos gestos, às fisionomias, às expressões e aos movimentos dos bebês foi determinante para as relações aproximadas e interações positivas; 2) observar e fotografar os corpos em relação na creche possibilitam ampliar ideias sobre o desenvolvimento humano em uma perspectiva fundada na cultura e nas potencialidades da criança e menos no processo linear e cronológico do tempo imposto pela rotina; 3) intimamente imbricadas nas práticas das professoras com os bebês, as ações de educar e cuidar mostraram-se ainda pautadas em uma polarização arraigada no contexto investigado; o enfrentamento de tal polarização passa, também, pelo reconhecimento e pela qualificação dos inúmeros gestos docentes, que exigem corpos disponíveis, empáticos e com vigor físico para articular, diariamente, a indissociabilidade dos objetivos educar e cuidar; 4) os estudos de Henri Wallon permanecem relevantes para as pesquisas com/no cotidiano das creches e pré-escolas, sobretudo pelo conceito de psicogênese da pessoa concreta que desenvolve e pelo enfoque que dá à afetividade nos primeiros anos de vida; 5) o acesso às materialidades, advindas da natureza e da cultura, ampliam os repertórios sensoriais e lúdicos como, também, aproximam os corpos; e, por fim, 6) mobilizar o olhar das professoras pelas imagens das suas próprias práticas provocou indícios de reflexividade sobre temas como: corpo, potencialidades das crianças e atuação docente na Educação Infantil, revelando uma estratégia metodológica possível e fecunda para a formação continuada de educadores.

Palavras-chave: Corpos, Creche, Professoras, Bebês, Formação Continuada

OLHARES NA NATUREZA: DESAFIOS E BUSCAS NA PESQUISA COM CRIANÇAS

Postado por Coordenação FIAR em 18/jun/2020 - Sem Comentários

Artigo apresentado por Ana Clara Ribeiro Nimrichter (2019)

RESUMO
O trabalho, apresentado no V Seminário Luso-Brasileiro de Educação Infantil (SP, 2019), tem por base a pesquisa de mestrado em andamento, a qual busca investigar relações e percepções das crianças com e sobre a natureza no contexto da Educação Infantil. Atentando-se às particularidades dos olhares infantis e das múltiplas linguagens na pesquisa com crianças, a fotografia é utilizada como principal fonte de produção de dados. Ao traçar um panorama do percurso metodológico assumido, o texto apresenta questões e desafios que a autora, na condição de pesquisadora-poeta-aprendiz, vai experienciando e se apropriando para discutir a temática.

Palavras-Chave: Pesquisa com crianças; Fotografia; Infância e natureza; Olhares infantis

CAMINHOS ESTÉTICOS PERCORRIDOS POR PROFESSORES EM FORMAÇÃO: REMEMORAR, REFLETIR E TRANSFORMAR-SE

Postado por Coordenação FIAR em 26/dez/2019 - Sem Comentários

Artigo apresentado por Monique de França Peixoto da SILVA.

Trabalho de iniciação científica apresentado no VII Seminário Vozes da Educação e publicado no E-Book do seminário (2019).

Resumo: Este artigo é resultado do projeto de iniciação científica, vinculado ao projeto de pesquisa “Espaços de formação docente: memórias e narrativas estéticas”, que teve por objetivo identificar como ocorre o processo de formação estético-artística de futuros professores, a partir da análise dos memoriais de formação produzidos por 29 estudantes do Curso de Pedagogia. Inspirada teórico-metodologicamente na dinâmica constitutiva do “ateliê biográfico de projeto” e em uma “Pedagogia da autonomia”, o processo da pesquisa trouxe diversas propostas expressivas (pintura, cantigas, danças, fotografias, desenhos), que aguçaram as diferentes linguagens dos estudantes, através do fazer com o corpo todo, a partir de uma escuta sensível, acolhendo as diferenças.  Este processo culminou nas narrativas de si, nas quais não só os discentes contam sua história, como refletem sobre ela, trazem à consciência processos e experiências marcados nessa história de formação das sensibilidades e que podem ser ressignificados. Identificando momentos que se fizeram essenciais para a construção do seu eu sensível, (re)pensam sobre momentos primordiais que os fizeram abandonar “dimensões lúdicas” tão inerente à própria natureza humana. Através da análise dos dados obtidos, no decorrer desta pesquisa foi possível entender como o processo escolar tem adormecido corpos, brincadeiras, sensibilidades, criatividade e expressão dos estudantes, mas também como é fundamental abrir espaços para refletir sobre isso e projetar alternativas, no percurso de formação docente. Além disso, ficou evidente os limites do curso de formação de professores, que em seu currículo ainda está bastante aquém na preocupação de propor espaços de experiências estéticas. Contudo, a universidade é apontada com um importante papel: como espaço de cultura e como ponte com a cultura e a arte, trabalhando no sentido de reintegração, e potencialização, das linguagens expressivas do futuro professor. Palavras-chave: Formação estética; formação de professores; arte; curso de Pedagogia

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