ARTE, FORMAÇÃO E DOCÊNCIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: NARRATIVAS DO SENSÍVEL

Postado por Coordenação FIAR em 20/ago/2018 - Sem Comentários

CORRÊA, Carla Andrea. Arte, formação e docência na Educação Infantil: narrativas do sensível. Dissertação (Mestrado em Educação). Programa de Pós-graduação em Educação, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2018.

RESUMO

Identificar e analisar sentidos da formação estética docente, no diálogo com a arte e a educação, é o objetivo geral dessa pesquisa, a qual procurou percorrer caminhos abertos por algumas questões: qual o lugar da sensibilidade na vida de professoras? Qual o lugar da sensibilidade na educação? Qual o lugar da arte na vida de professoras? Qual o lugar da arte na formação de professores? Seguir as indagações formuladas conduziu a pesquisa na direção de um traçado teórico-metodológico baseado nas abordagens (auto) biográficas para, então, (re)conhecer histórias de vida e formação de um grupo de professoras da infância, focando em aspectos que dizem respeito aos seus contatos, saberes e fazeres no campo da arte. Nesse sentido, o material biográfico trabalhado foi composto por um conjunto de narrativas de 24 professoras de Educação Infantil da Rede Municipal de Educação de Macaé/RJ, produzidas a partir da reflexão proposta às participantes: como a arte estava em suas vidas e como gostariam que estivesse. Para traçar um diálogo com as professoras-narradoras a partir da trama de suas memórias, o exercício de uma escuta sensível foi imprescindível e, portanto, mais do que interpretar suas vozes buscou-se identificar tempos, espaços, limites e possibilidades para as experiências constitutivas de suas histórias. Assim, tal como em uma roda de conversa ao pé da árvore, diferentes sujeitos tomam a palavra – a pesquisadora, as professorasnarradoras e os autores que norteiam a base teórica dessa pesquisa.  Na força da palavra, as professoras dizem da família e da escola como mediadoras do contato com suas experiências sensíveis – que nomeiam como contato o artesanato, a fotografia, a dança, o teatro, o museu e a literatura. A família e a escola são apontadas como importantes incentivadores de experiências estéticas, embora esbarrem em limites, como pouco acesso a equipamentos culturais e à arte, seja pela falta de oferta na cidade ou, no caso da escola, pelo fato de restringir o contato com a arte às festividades e trabalhos manuais, com rara variedade de materiais. O contato com a natureza, seja no quintal da casa ou nas paisagens ao redor, aparece também como importante elemento de formação estética, como um espaço de inspiração, meio sensibilizador do olhar, incentivador da imaginação e da criação que chama à beleza. As narrativas docentes indicam que a sensibilidade estética é tocada e cultivada não apenas no encontro com a arte e produções artísticas, mas no encontro com tudo que nos rodeia, a natureza, a cultura, as relações sociais. Estética é o contrário da indiferença e, nesse caminho, arte e natureza podem ser oportunidades de ampliar conexões, na formação e na prática docentes. A importância da formação estética para a docência revela-se como um caminho que potencializa novas formas de pensar, sentir e agir no mundo.

Palavras-chave: Formação estética docente. Arte. Narrativas (auto)biográficas.

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Pesquisa-fiação

Teses, dissertações e artigos produzidos por pesquisadoras e colaboradoras vinculados ao FIAR.

Copyright 2024 - STI - Todos os direitos reservados

Translate »
Skip to content