Memórias III Rodas do FIAR [Julho/2025]

Postado por Coordenação FIAR em 29/out/2025 - Sem Comentários

Entre os dias 09 e 11 de julho de 2025 aconteceu, na Universidade Federal Fluminense, o III Seminário Rodas do FIAR, promovido pelo Círculo de Estudos e Pesquisa Formação de Professores Infância e Arte – FIAR. Um encontro preparado aos modos fiandeiros. Com sensibilidade e artesanias, ao som das melodias de Belchior ecoando nossas vozes, histórias e experiências no campo docente e da formação estética.

POÉTICAS NEGRAS, FORMAÇÃO E PRÁTICA DOCENTE NA EDUCAÇÃO INFANTIL: ARTE E ESTÉTICA (EMPRE)TECIDAS

Postado por Coordenação FIAR em 16/maio/2023 - Sem Comentários

SILVA, Greice Duarte de Brito. Poéticas negras, formação e prática docente na educação infantil: arte e estética (empre)tecidas. 2022. 282f. Tese (Doutorado em Educação) – Programa de Pós-Graduação em Educação, Faculdade de Educação, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2022.

RESUMO:

Histórias, bordadas pelas vivências da negritude, re-existem nesta tese, pelos sentidos da memória. Irrompem a partir da poética de mulheres-artistas negras, caracterizada pela beleza descolonizada, vívida e fértil, que vem de Oxum, orixá-símbolo do poder feminino. No coração da pesquisa, encontram-se as artes visuais de Rosana Paulino, as escrevivências de Conceição Evaristo, as cirandas de Lia de Itamaracá, dentre outras que incorporam culturas negras. Neste compasso, analisa a contribuição das poéticas de artistas negras para a formação docente, sob a perspectiva da relação entre estética, arte e vida, que pela opção decolonial endossa a construção de subjetividades desmascaradas (GOMEZ e MIGNOLO, 2012; ACHINTE, 2013; 2017). Processos de formação docente, compreendidos a partir das histórias de vida e de narrativas autobiográficas (JOSSO, 2010, entre outros), foram relacionados aos saberes ancestrais: como sankofa, símbolo traduzido pela volta ao passado em busca do que se esqueceu, e o poder da oralidade, na tradição viva (BÂ, 1982). Tecida pelas veredas de uma metodologia errante (OSTETTO, 2019) e sob o cenário pandêmico, a pesquisa utilizou fer- ramentas digitais para a produção de dados: a) formulário online, pelo qual uma consulta a professores e professoras da Educação Infantil da rede pública do município de Niterói/RJ permitiu delinear um mapa dos hábitos culturais, com o conhecimento de artistas, espaços e/ou manifestações culturais relacionadas às tradições africanas, afro-brasileiras e/ou cenários socioculturais do negro no Brasil; b) cinco encontros-ateliês narrativos, via comunicação por vídeo, com seis professoras autodeclaradas negras, que dentre as respondentes, aceitaram o convite à interlocução. Como um aquilombamento, a experiência de estar juntas, partilhando histórias e memórias, com suas dores e belezas, transversa ao encontro com a/na Arte e Cultura Negras, expandiu-se em um campo formativo. O ato de compartilhar poéticas negras, abriu um campo dialógico fértil com as professoras: o espaço para relatos de experiências de vida, provocados pelos saberes-fazeres de artistas negras, mostrou-se importante para um fazer/fazer-se liber- tário. As narrativas evidenciaram tempos, territórios, figuras de ligação, vivências culturais, objetos biográficos das docentes e princípios estruturantes de discursos pedagógicos. Revelaram, também, como uma escuta sensível, que considera princípios éticos, políticos e estéticos, pode conduzir a novas situações pedagógicas, ampliando o trabalho com ERER na Educação Infantil. Incluir manifestações artístico-culturais, dar a conhecer artistas e espaços culturais que inserem o indivíduo negrodescendente como profissional das Artes Visuais, Teatro, Dança e Música, são ações que podem desencadear outros gestos, imagens e linguagens, fortalecendo perspectivas participativas e antirracistas. Nessa direção, os encontros-ateliês narrativos, foram validados como proposta metodológica de formação docente: ampliam a experiência com as linguagens artísticas e, quando mediados pelo contato com poéticas de artistas negros e negras, intensificam o conhecimento acerca da arte e cultura negras, permitem apurar os significados de pertencimento étnico-racial e alargar repertórios estéticos docentes. Confiar na poética de mulheres-artistas negras, como guia de um processo de pesquisa- formação, reafirmou a experiência estética como processo cotidiano, tecido com os fios de uma estética que expressa um desejo de significar a vida pela opção decolonial, no exercício de libertação de subjetividades que desloca a consciência de ser, de sentir, de pensar, de ver, de narrar-se. Uma estética que ajuda a (empre)tecer à docência com crianças pequenas, acolhendo as diferenças, com dignidade e confiança, mesmo em condições críticas.

PALAVRAS-CHAVE: Formação Estética Docente, Educação Infantil, Professoras Negras, Poética e Estética Negras, Abordagens (Auto) biográficas

ENTRE O VISÍVEL E O INVISÍVEL: TEMPOS E ESPAÇOS DA ARTE NAS NARRATIVAS DE PROFESSORAS DA EDUCAÇÃO INFANTIL

Postado por Coordenação FIAR em 16/maio/2023 - Sem Comentários

MOTTA, Xênia Fróes da. Entre o visível e o invisível: tempos e espaços da arte nas narrativas de professoras da educação infantil. 2022. 237 f. Tese (Doutorado em Educação) – Programa de Pós-Graduação em Educação, Faculdade de Educação, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2022.

RESUMO:

Ouvir histórias e saber contar histórias, é uma arte, que se conserva no ato mesmo de contar e ouvir, contar e ouvir mais uma vez, e outra vez mais, como diz Benjamin (2010). O desejo de ouvir e (a)colher histórias de professoras de Educação Infantil, sobre suas experiências e práticas pedagógicas com a arte, foi o fio que teceu a pesquisa. O objetivo de identificar fundamentos do trabalho com a arte na educação infantil, mapeando e analisando referências teóricas e artísticas evocadas em narrativas docentes sobre suas práticas, guiou o percurso. Pelas trilhas das abordagens (auto)biográficas (ABRAHÃO, 2003; JOSSO, 2004; PASSEGGI; SOUZA; VICEN – TINI, 2011), entrelaçou arte, educação infantil, memórias, experiências, formação estética e narrativas docentes. A conversa de base dialógica (FREIRE, 1989; 1996) e a fotografia – como mediadora de rememorações (DELORY -MOMBERGER, 2014) e como narrativa visual (VIADEL; ROLDÁN, 2012; EGAS, 2017) –, foram tomadas como dispositivos de apoio ao tecer narrativo das experiências docentes. No contexto da pandemia de Covid -19, considerando a imposição do distanciamento, foram realizados quatro encontros, por meio de plataforma virtual, com três professoras de Educação In – fantil da Rede Municipal de Educação da cidade do Rio de Janeiro/ RJ, configurados como “conversas pelas janelas virtuais” (MELLO, 2021). As professoras foram convidadas a partilhar fotografias dos espaços em que atuam e, por meio delas, contar seus percursos e relação com a arte, na prática pedagógica, nos espaços habitados com as crianças. As conversas foram gravadas, transcritas, textualizadas e organizadas em cinco grandes grupos narrativos, constituídos, prioritariamente, com palavras e imagens (re)colhidas das narradoras – -participantes: retrato das professoras; diálogos sobre o cotidiano; espaços da prática docente em fotografias; escolhas estéticas; arte nas propostas e experiências partilhadas com as crianças. Com o conjunto de narrativas organizado, o estabelecimento de chaves de leitura permitiu traçar interpretações e considerações, ampliando o diálogo e a compreensão de pontos definidos como essenciais na temática pesquisada: conexões entre os objetos autobiográficos e as materialidades das salas de referência; modos de ver e fazer arte evidenciados nas paredes e murais; inventário de propostas, linguagens e materialidades; olhares e escutas sobre o que é arte; lastros formativos da pesquisa. Sobre a concepção de arte, as narrativas docentes apontam definições em palavras -chave: criação, expressão, emoção, produção, experimentação, sonho, estética, cultura. Sobre o trabalho com a arte na Educação Infantil, perpassa as narrativas uma ideia ampliada, que rompe com os cânones, por exemplo, das materialidades e das formas, da percepção do belo. Como dizem as professoras: arte não é só o quadro na parede, também é uma estamparia; não é só pintura, uso do pincel, é também literatura, manifestações populares, contação de história, composição com materiais não estruturados, além do estritamente artístico. O entrelaçamento de linguagens, observado pelos marcadores presentes nas fotografias das salas, assim como no testemunho docente, traz à luz a visão de que arte atravessa o cotidiano, está em tudo.

PALAVRAS-CHAVE: Arte na Educação Infantil, Dimensão estética do ambiente educativo, Conversa como dispositivo de pesquisa, Narrativas (auto) biográficas, Formação estética docente

ATELIÊS DE ESPAÇOS EFÊMEROS NA FORMAÇÃO ESTÉTICA DOCENTE: ATRAVESSAMENTOS E RESSONÂNCIAS

Postado por Coordenação FIAR em 16/maio/2023 - Sem Comentários

SILVA, Vilma Justina da. Ateliês de espaços efêmeros na formação estética docente: atravessamentos e ressonâncias. 2022. 345f. Tese (Doutorado em Educação) – Programa de Pós-Graduação em Educação, Faculdade de Educação, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2022.

RESUMO:

Com o objetivo de analisar a contribuição da organização de ateliês de espaços efêmeros, como dispositivos de formação estética docente, a pesquisa foi desenvolvida por meio da proposição de encontros-ateliês, com 13 estudantes do curso Mestre d’Educació Infantil (Graduação em Professor de Educação Infantil) da Universidade de Girona (ES), matriculadas na disciplina optativa ‘‘El taller em el primer ciclo d’Educació Infantil” daquela universidade. Os referenciais teórico-metodológicos que sustentaram a investigação, decorrem das abordagens autobiográficas (JOSSO, 2010; PAS – SEGGI, 2010), da perspectiva de ateliês como dispositivos formativos e da essencialidade do fazer a mão (OSTETTO e BERNARDES, 2015; OSTETTO, 2019) e da pesquisa baseada em artes, com a utilização da linguagem fotográfica, na perspectiva do foto-ensaio (ROLDÁN e VIADEL, 2012). A discussão sobre a dimensão estética, aspecto central na pesquisa, é traçada em diálogo com os estudos de Eisner (2008), Juanola e Calbó (2004), Juanola (2006), fundamentando uma visão mais holística deste campo, que considera a articulação entre cultura estética e artística, de modo a evitar fragmentações. Na base desta visão está a concepção de que a arte proporciona não apenas o refinamento dos sentidos, o desfrute das qualidades estéticas de tudo que nos rodeia, mas se transforma em chave que abre possibilidades para o reconhecimento do outro, impulsiona o conhe – cimento, o contato e a identificação com as diferentes culturas. O conceito de espaço efêmero de formação estética docente, um dos resultados do estudo, construído no diálogo com os campos da arte, da arquitetura e da educação, é enunciado como um ateliê expandido, sem base física fixada e sem fronteiras, no qual não apenas a atividade proposta é importante, mas o espaço em si, com suas propriedades, funciona como um dispositivo para ativar a experimentação de sensa – ções distintas das usuais, para provocar fruição na relação com os elementos disponíveis, fecundar sentimentos, pensamentos, intuições, sensações, em rupturas de sentidos. Neste quadro teórico e metodológico, o percurso da investigação aponta que a proposição de ateliês, como espaços efêmeros de formação estética, oportunizou o (re)encontro das estudantes-professoras com suas memórias estéticas. Desta maneira, a tese argumenta que a formação docente para a infância pode ser impulsionada por meio de propostas que articulam a dimensão ética, estética e política, no cultivo de exercícios de memória e do fazer à mão, com todos os sentidos, experimentados em espaços efêmeros, com a natureza, a arte e a cultura. A abertura para saberes e fazeres sensíveis, potencializa os processos formativos ao longo da vida, rearticulando-os à prática docente.

PALAVRAS-CHAVE: formação estética docente, espaços efêmeros de formação, educação infantil, Pedagogia e arte

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