BRINCADEIRAS EM CONTEXTOS INVESTIGATIVOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL: MIUDEZAS EM FOCO NA FORMAÇÃO DOCENTE

Postado por Coordenação FIAR em 20/dez/2025 - Sem Comentários

Autora: Mariana Soares Dantas. Acesse aqui

O artigo compõe o dossiê “Formação Docente, Educação Infantil e Arte: Mobilizar Sentidos, Desvelar Belezas”, v. 11 n. 3 (2025)

Palavras-chave: Brincadeira e docência, Contextos Investigativos, Educação Infantil, Narrativas autobiográficas, Formação estética docente

Resumo

Este texto relata a experiência da oficina Brincadeiras em contextos investigativos na Educação Infantil: miudezas em foco, idealizada e dinamizada pela autora durante a III Semana de Pedagogia da Universidade [suprimido para garantir anonimato], no mês de maio de 2025. A oficina nasceu das reflexões acerca do tema que vem sendo desenvolvido na pesquisa de mestrado, que conta com financiamento-bolsa da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e aborda a dimensão brincante na formação e na prática docente na Educação Infantil. O relato sistematiza processos de criação, (com)partilhamento e reverberações da oficina brincante, sonhada a partir das questões que também mobilizam a referida pesquisa: Ser brincante é uma característica essencial ao/à professor/a das infâncias? Como se formam professores/as brincantes? A elaboração textual da experiência vivida foi inspirada na perspectiva narrativa das abordagens (auto)biográficas (Nóvoa, 2014; Ostetto e Kolb-Bernardes, 2015; Josso, 2007).

GRITANDO ALMA: PERCURSOS ESTÉTICOS NA FORMAÇÃO DOCENTE EM UM CENTRO DE EDUCAÇÃO INFANTIL

Postado por Coordenação FIAR em 20/dez/2025 - Sem Comentários

Autora: Laís Vilela Gomes. Acesse aqui

O artigo compõe o dossiê “Formação Docente, Educação Infantil e Arte: Mobilizar Sentidos, Desvelar Belezas”, v. 11 n. 3 (2025)

Palavras-chave: Formação estética docente, Educação Infantil, Formação docente em contexto

Resumo

Este relato de experiência apresenta um percurso formativo vivenciado em um Centro de Educação Infantil, no extremo leste paulistano, articulando planejamento e formação estética. Com inspiração na canção Anima de Milton Nascimento, a narrativa evidencia a importância do planejamento para (re)criar outros modos de fazer/viver a formação de professoras(es) na Educação Infantil, o que pressupõe intencionalidade e compromisso ético, político e estético. O texto descreve a importância de cultivar momentos de estudos que convidem cada professora e/ou professor a perceber o mundo com atenção aos detalhes, amplificando a experiência da docência. Os percursos compartilhados revelam, e afirmam, que a formação estética possibilita reconexões com a infância, a reflexão crítica sobre o planejamento educativo e a construção e fortalecimento de um coletivo sensível, comprometido com as crianças e as belezas inerentes às suas experiências cotidianas.

NO ENCONTRO COM ESTUDANTES DE PEDAGOGIA: PARTILHA POÉTICA COM INFÂNCIAS, NATUREZA E FOTOGRAFIA

Postado por Coordenação FIAR em 20/dez/2025 - Sem Comentários

Autora: Michele Costa Pereira. Acesse aqui

O artigo compõe o dossiê “Formação Docente, Educação Infantil e Arte: Mobilizar Sentidos, Desvelar Belezas”, v. 11 n. 3 (2025)

Palavras-chave: Formação Estética Docente, Criança e Natureza, Fotografia, Prática pedagógica, Educação Infantil

Resumo

Documentar com registros fotográficos os encontros e encantamentos das crianças em intimidade com a natureza, neste caso, das coisas miúdas do chão, é poetizar os acontecimentos do cotidiano, dando sentido à existência (Ostetto, 2017). Para tanto, o afinamento do olhar é essencial, sobretudo quando se está na docência da Educação Infantil. O presente relato compartilha narrativas sobre as propostas de experiência poética vividas com um grupo de estudantes de Pedagogia, no âmbito de uma oficina dinamizada em evento na Universidade [suprimida para garantir anonimado, dando ênfase à formação das sensibilidades e à observação docente no cotidiano educativo com as crianças na natureza. A oficina contou com dois momentos:1) observação de registros fotográficos produzidos pela autora, que é professora de Educação Infantil da rede municipal do Rio de Janeiro, como um fio para a conversa e troca de saberes. Nesta troca, mediada por referências teóricas (Malavasi; Zoccatelli, 2013; Jobim e Souza, 2006), foram abordadas questões referentes a formas de documentar e comunicar através da fotografia, sobre a educação estética do olhar, infâncias e natureza. 2) fazer com as mãos, ampliando as experiências sensíveis, convidando o grupo à imaginação, para criação de um inseto utilizando elementos coletados na natureza. De maneira descritiva e analítica, o relato destaca, por fim, a necessidade da formação estética dos futuros professores das infâncias, nos cursos de Pedagogia, oportunizando exercícios de olhar, escutar e experimentar com todos os sentidos, no diálogo com as crianças e seus modos próprios de ver e expressar o mundo.

É PRECISO OLHAR PARA ONDE A CRIANÇA OLHA! UMA CONVERSA COM ANA ANGÉLICA ALBANO SOBRE ARTE, PEDAGOGIA, FORMAÇÃO DOCENTE E EDUCAÇÃO INFANTIL

Postado por Coordenação FIAR em 20/dez/2025 - Sem Comentários

Autoras: Graziella Ferreira de Mello e Rosvita Kolb Bernardes. Acesse aqui

O artigo compõe o dossiê “Formação Docente, Educação Infantil e Arte: Mobilizar Sentidos, Desvelar Belezas”, v. 11 n. 3 (2025)

Palavras-chave: Arte e Pedagogia, Formação docente, Educação Infantil

Resumo

O texto apresentado é resultado de uma conversa com a  artista e educadora  Ana Angélica Albano sobre seu percurso como professora tanto na Educação Básica quanto na Universidade. Ao refletir sobre o vivido, Ana Angélica coloca luz sobre suas memórias, as revisita e traz à superfície algumas temáticas sobre a importância da arte na formação dos professores que mesmo passados alguns anos ainda se mostram atuais e carentes de  reflexão. Ana Angélica nos provoca a pensar a educação e a formação dos educadores das infâncias a partir do ponto: Olhar para onde a criança olha! Uma professora inspiradora para quem pretende trabalhar com a arte na educação infantil.

FORMAÇÃO ESTÉTICA E DOCÊNCIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: UMA ANÁLISE DA PRODUÇÃO DO CÍRCULO DE ESTUDO E PESQUISA FIAR

Postado por Coordenação FIAR em 20/dez/2025 - Sem Comentários

Autores: José Firmino de Oliveira Neto, Carla Andréa Corrêa, Daiane Francisco Medeiros. Acesse aqui

O artigo compõe o dossiê “Formação Docente, Educação Infantil e Arte: Mobilizar Sentidos, Desvelar Belezas”, v. 11 n. 3 (2025)

Palavras-chave: Formação estética; Formação docente; Educação Infantil; Pesquisa sobre pesquisas; Arte e Pedagogia

Resumo

Na atualidade, acompanhamos considerável avanço na legislação referente à Educação Infantil que afirma uma concepção de criança produtora de cultura, que se apropria do mundo e se expressa por meio de múltiplas linguagens. Tal concepção tem sua contrapartida na  prática docente e, consequentemente, na formação, cujos aspectos artístico-culturais, reconhecidamente relacionados à dimensão estética, são elementos decisivos. Mas, de que se trata reconhecer a dimensão estética da formação? Essa questão funda a produção deste artigo, que objetiva analisar a produção do Círculo de Estudo e Pesquisa Formação de professores, Infância e Arte (FIAR), que desde 2016 vem tematizando a formação estética para a docência na Educação Infantil. A abordagem narrativo-interpretativa assumida para a sistematização dos dados, recorre ao levantamento de teses e dissertações produzidas pelo coletivo do FIAR, entre 2017 e 2023. Dentre os 17 trabalhos (12 Dissertações e 5 Teses), “educação estética” ou “formação estética” aparecem como palavras-chave em 11 deles. Verificou-se, nas produções, que a dimensão estética também é visibilizada na relação forma-conteúdo, quer seja no movimento de discussão acerca da formação docente para a educação infantil, na maneira de produzir-criar a pesquisa metodologicamente, quer seja na sua apresentação. Notou-se, ainda, um movimento poético que atravessa múltiplas linguagens, aludindo a um movimento autoral,  que expõe raízes contra-hegemônicas: a estética como cuidado e refinamento dos sentidos,  no diálogo com a arte, a cultura e a natureza, projetando outras formas de pensar-fazer formação docente para as infâncias.

O museu na formação estética docente: Caminhos pela rede

Postado por Coordenação FIAR em 20/dez/2025 - Sem Comentários

Autoras: Luciana E. Ostetto e Simone Bibian

O artigo compõe a edição n° 9 (2025) da Revista Brasileira de Museus e Museologia, p. 117-139. Acesse aqui

Palavras-chave: Educação Museal; Formação Estética de Professores; Educação
Infantil; Podcast; Pandemia.

RESUMO
A concepção de museu de arte como espaço de conhecimento e, também, como espaço privilegiado para a formação estética de professores das infâncias, as abordagens (auto)biográficas e das histórias de vida e de formação e os estudos sobre mediação cultural e formação docente guiaram a pesquisa que dá base a este artigo. Desenvolvida no contexto pandêmico, a investigação privilegiou a escuta de professoras da Educação Infantil e, no diálogo entre educação e arte, foi encaminhada uma proposta de formação estética, denominada “Olhares Múltiplos: ateliê artístico e poético”. Respondendo aos desafios do distanciamento pandêmico, a referida proposta de formação foi desenvolvida online, por meio de dispositivos de mídia digital (podcast) e utilização das redes sociais, e teve como fio condutor o acervo de arte de um museu, acessado remotamente. Este artigo apresenta o processo e as narrativas docentes, os quais contribuem para perspectivar outras abordagens formativas, tecidas com o museu, pelas redes.

MODOS DE REGISTRAR A EXPERIÊNCIA PEDAGÓGICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: NARRATIVAS DOCENTES

Postado por Coordenação FIAR em 20/dez/2025 - Sem Comentários

Autora: Miriam Nogueira de Maltos. Acesse aqui

Palavras-chave: Registro, Documentação Pedagógica, Educação Infantil, Práticas Docentes, Narrativas autobiográficas, Documentação

Resumo: Desenvolvida no âmbito da Linha de pesquisa Linguagem, Cultura e Processos Formativos (LCPF), no Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal Fluminense, e vinculada ao Círculo de Estudo e Pesquisa Formação de Professores, Infância e Arte (FIAR), a pesquisa propõe o encontro-diálogo com professoras de Educação Infantil sobre o registro da prática pedagógica. O registro e a documentação pedagógica, conceitos basilares da fundamentação teórica e da interpretação dos dados da pesquisa, são estudados na perspectiva de sua compreensão aprofundada, cotejando referenciais nacionais e internacionais (Reggio-Children, 2021; Edwards; Gandini; Forman, 1999; Freire, 2023; Warschauer, 2017; Ostetto, 2018). Considerando o encontro como espaço polifônico, que fertiliza tempos de rememoração, reflexão e avaliação sobre a jornada de vida-formação-prática docente, tomou-se a entrevista narrativa (Jovchelovitch; Bauer, 2002) como inspiração para criar um lócus de compartilhamento de experiências e produção de relatos (auto)biográficos, tentando superar o esquema pergunta-resposta de entrevistas clássicas. As questões que impulsionaram a investigação – Como as professoras concebem e praticam o registro, na dinamicidade institucional? Qual o tempo-espaço que possuem para registrar? Onde aprenderam a registrar? O que dizem sobre registro e documentação pedagógica? -, pautaram os encontros, configurados no marco teórico-metodológico da pesquisa narrativa (auto)biográfica (Delory-Momberger, 2012; Josso, 2004; 2007; 2014 e 2009; Ostetto; Kolb-Bernardes, 2015; Passeggi, 2008; entre outros). Neste marco, a ação de dialogar com as professoras de Educação Infantil também mobilizou a pesquisadora a partilhar seus percursos como docente que faz do registro uma possibilidade de tecer memória e história. Desta maneira, o material (auto)biográfico foi (a)colhido por meio da abertura à escuta sensível (Rinaldi, 2016) das experiências – da pesquisadora e de outras duas professoras, que participaram das entrevistas narrativas. Realizadas em momentos e lugares distintos com cada uma das participantes, as entrevistas foram gravadas, transcritas e textualizadas. A leitura atenta, pausada e cuidadosa das narrativas, permitiu o aprofundamento e refinamento do olhar em repetidos processos de releitura, tal como indicado na base teórico-metodológica assumida. Assim, buscou-se tecer diálogos pelas vias interpretativas, para capturar sentidos, mapear caminhos trilhados com o registro no cotidiano educativo e dar a conhecer concepções e modos próprios de registrar. As experiências das professoras lançam luzes para as tipologias de registros que são produzidos no chão da escola e deixam ver que a formação inicial pouco contribuiu para a aprendizagem deste instrumento da prática docente. Indicam que há o desejo de refinar suas práticas no caminho mais sensível do pensar e do fazer, mas são raras as oportunidades de formação no próprio local de trabalho: buscam cursos e formações por conta própria, muitas vezes tendo que investir monetariamente. Das concepções vislumbradas, nota-se a preponderância do registro, pouco se fala de documentação pedagógica: registram na intenção de deixar marcado o que viveram em um dia, uma brincadeira, um acontecimento, uma proposta, uma história inventada. Como um testemunho visual destas vivências, os registros também são materialidades para a comunicação com as famílias, a escola e a comunidade escolar. Todavia, se as narrativas contam da percepção sobre a necessidade da observação, do registro e da reflexão sobre a ação pedagógica e as crianças, também denunciam que, dentro da escola, não há tempo para isso.

CAMINHAR É ENCONTRAR: INVENTÁRIO POÉTICO DA FORMAÇÃO ESTÉTICA PELA PERIFERIA DA ZONA LESTE PAULISTANA

Postado por Coordenação FIAR em 20/dez/2025 - Sem Comentários

Autora: Laís Vilela Gomes. Acesse aqui

Palavras-chave: Formação estética docente, Território educativo-cultural, Narrativas autobiográficas, Educação Infantil, Caminhar, Narrativa, Formação de professor

Resumo: Esta pesquisa-caminhante atravessa o território educativo-cultural da periferia da zona leste paulistana, para buscar-encontrar vestígios da formação estética docente, sobretudo relacionada à Educação Infantil. Desenvolvida no âmbito da Linha de pesquisa Linguagem, Cultura e Processos Formativos, do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal Fluminense, e vinculada ao FIAR – Círculo de Estudo e Pesquisa Formação de Professores, Infância e Arte, teve por objetivo (re)conhecer elementos para um projeto de formação docente, a partir de um inventário de experiências estéticas da autora, vividas nos caminhos percorridos – como moradora, professora de Educação Infantil e coordenadora pedagógica – pelo território educativo-cultural da zona leste de São Paulo. Pelas trilhas das escritas de si, com os fundamentos das abordagens narrativas (auto)biográficas (Josso, 2007; 2010; Passeggi, 2010; Bragança, 2016) e do caminhar como ato estético (Labbucci, 2013), a pesquisa se fez em diálogo com a cidade. Com a periferia da cidade (D’Andrea, 2013) – seus cheiros, suas cores, seus sons, suas existências e (re)existências, sua vida. O ato de vasculhar os (guar)dados, matéria da memória – registros escritos, peças audiovisuais e fotografias de experiências compartilhadas com crianças e professoras da EMEI Professora Doraci dos Santos Ramos, no bairro da Cidade Tiradentes, entre 2015 até o início de 2021 -, fundou e sustentou a caminhada ao (re)encontro com a periferia. O caminhar, assumido também como dispositivo metodológico, se deu por meio de três passos-andarilhos: 1º Passo-andarilho: andanças, por vias da memória; 2º Passo-andarilho: compor um inventário poético de experiências estéticas vividas no território; 3º Passo-andarilho: (re)conhecer elementos para um projeto de formação estética docente. Depois de caminhar por veredas físicas e da memória e de inventariar poeticamente os (guar)dados – utilizando linguagens múltiplas, em especial fotografias, consideradas pensamento visual (Roldán, 2019; Egas, 2018) -, muitos espaços foram encontrados: o Centro de Assistência Social São Clemente; a Biblioteca Comunitária Solano Trindade; a Casa de Cultura Hip Hop Leste; o Centro de Referência de promoção da igualdade racial; praças, campo de futebol, vielas; um parquinho escondido com galinhas, a chácara de um comerciante no bairro com árvores frutíferas e flores. Rememorar, narrar e refletir sobre as experiências vividas, permitiu (re)conhecer que a periferia (re)existe com gente; homens, mulheres e crianças que, por meio da Arte, da Cultura e da Educação, constituem o que concebo como território educativo-cultural. Um território que pode contribuir para um projeto de formação estética docente, quando compreendemos a formação como relação: relação de cada docente consigo, com os outros, com o mundo. Uma relação que se faz passo a passo, no deslocamento: caminhando – com sentidos abertos, para desabituar olhares e criar oportunidade para diferentes encontros; caminhando – para ativar sentidos, descobrir e contemplar belezas que (re)existem nas brechas da periferia. A pesquisa afirma que é preciso caminhar para poder ver – e encontrar – o que está fora dos muros da escola, e se firma como uma atitude comprometida com tantas outras professoras que vivem a educação pública na periferia de São Paulo, especialmente as do fundão da Zona Leste.

ENTRE PROSAS, GUARDADOS DE MEMÓRIA E EXPERIÊNCIAS DOCENTES: EDUCAÇÃO PARA AS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS NA CRECHE

Postado por Coordenação FIAR em 20/dez/2025 - Sem Comentários

Autora: Maria Helena Dantas dos Santos Neves. Acesse aqui

Palavras-chave: ERER e bebes, Prática docente, Dimensão estética, Educação Infantil, Creche, Formação de professor, Arte

Resumo: Traçada na Linha de pesquisa Linguagem, cultura e processos formativos e no Círculo de estudo e pesquisa Formação de professores, Infância e Arte (FIAR), do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal Fluminense, esta pesquisa tem (im)pulso na minha história de mulher negra, professora das infâncias, e no compromisso com uma Educação Infantil inclusiva e lúdica, que valorize a diversidade. Algumas inquietações impulsionaram a busca: o que narram professoras da Educação Infantil sobre suas práticas frente às questões étnico-raciais? Que acontecimentos e experiências destacam como positivos em seus fazeres com as crianças, na produção/vivência de uma educação estética antirracista? Essas questões foram articuladas ao objetivo de mapear possibilidades de trabalho com a educação para as relações étnico-raciais (ERER), em grupos de bebês na Educação Infantil, conversando com professoras e analisando implicações e ressonâncias da articulação com a dimensão estética. A investigação, que toma como base os aportes teórico-metodológicos das abordagens (auto) biográficas e segue pelas trilhas da conversa como dispositivo de produção de dados, fez-se em três encontros com duas professoras de um Centro de Educação Infantil da Rede pública municipal de São Paulo. Para avivar os encontros-conversas, realizados na própria unidade em que atuam as professoras, foram desenhados três movimentos, de modo que a prosa pudesse fluir sem amarras, mas com intencionalidade: 1) Apresentar-se, com a mediação de cartões postais com obras de artistas negros e negras, visando suscitar primeiras narrativas sobre o trabalho com ERER no berçário; 2) Compartilhar três itens representativos, reveladores do trabalho com a diversidade na sala em que atuam; 3) Partilhar percepções sobre a sala de referência, por meio de fotografias. Os encontros foram gravados, transcritos e textualizados. Como uma continuidade das conversas, foram puxados três fios interpretativos, como chaves de leitura das narrativas: 1) Infâncias e marcas do racismo; 2) Prática docente: passos para uma educação antirracista; 3) Formação docente e dimensão estética. Pelas veredas da sensibilidade, alteridade e dialogicidade, juntando e vivificando vozes-professoras, abriram-se pontos-fios sobre aspectos que necessitam ser (desa)fiados nos contextos da prática docente para (con)fiar a educação para as relações étnio-raciais: entre presenças e ausências de materialidades que possibilitem e fortaleçam o sentimento de pertencimento, de identidade e representatividade das crianças, desde os bebês, negros e negras, as professoras reconhecem que os espaços-ambientes atuam como parceiros na ação pedagógica antirracista; na narrativa das suas histórias, as marcas do racismo velado e explícito, presente no cotidiano, seja dentro ou fora do CEI, foram identificadas e nomeadas; como possibilidades relativas à ERER na Educação Infantil, apontaram a importância do coletivo para o enfrentamento de temas, questões e situações cotidianas, de modo a construir uma educação antirracista; ainda, a formação continuada foi indicada como via potencial para a ampliação dos repertórios docentes, referenciados nas culturas africanas e afro-brasileiras. A dimensão estética é reafirmada: no encontro com a arte, experimentando, vivenciando, maravilhando-se, professores amplificam seus pensares-fazeres, na direção de garantir o enaltecimento da diversidade desde a primeira infância.

PROFESSORAS, CRIANÇAS E NATUREZA: NARRATIVAS DOCENTES DA/NA PANDEMIA

Postado por Coordenação FIAR em 20/dez/2025 - Sem Comentários

Autora: Amanda Lobosco Pinto. Acesse aqui

Palavras-chave: Criança e Natureza; Pandemia; Narrativas autobiográficas docentes; Educação Infantil

Resumo: Como garantir às crianças o contato com a natureza, que é seu direito? Como oportunizar experiências em liberdade, em espaços abertos? Entre a criança e a natureza, certamente há um adulto, que possibilita ou impede sua experiência. No caso da Educação Infantil, o que as professoras teriam a contar, sobre organizar tempos, espaços e experiências junto à natureza, com as crianças, em tempos pandêmicos? Na trilha desses questionamentos, seguiu a pesquisa de mestrado, desenvolvida na Linha de Pesquisa Linguagem, Cultura e Processos Formativos, do PPGEdu da Universidade Federal Fluminense – UFF. O objetivo geral foi mapear experiências de professoras da Educação Infantil pública do município de Niterói, que aproximam crianças e natureza, no contexto da pandemia de covid-19, a partir de suas narrativas. Considerando a importância das narrativas docentes, como fios que tecem a partilha de suas experiências, o diálogo com os pressupostos da pesquisa narrativa, no âmbito das abordagens autobiográficas (Bragança, 2008; Josso, 1999; 2010; Nóvoa, 2009) fundamentou o percurso teórico-metodológico. Tendo em vista o contexto pandêmico, cujos protocolos sanitários impunham o distanciamento físico, a produção de dados foi viabilizada por meio de “conversas pelas janelas virtuais” (Mello, 2021), com professoras de Educação Infantil da Rede Pública de Niterói/RJ. As conversas foram gravadas, transcritas, apresentadas às participantes e, com sua concordância, textualizadas para comporem a dissertação. As narrativas falam da relação com a natureza – nas memórias de infância, na vida pessoal e profissional, na pandemia, com as crianças, na Educação Infantil -, e são apresentadas em conjuntos de pequenas histórias, cuja forma é inspirada nas mônadas de Benjamin (1987). O diálogo com a matéria viva das narrativas lançou luzes para a relação criança, professoras e natureza na pandemia: novas formas de aproximação, entre a escola e as crianças, foram pensadas e experimentadas – na virtualidade, partilhando paisagens e elementos naturais, como os bichos do sítio e as vagens do feijão, por meio de vídeos produzidos e videochamadas; como um ato de resistência e de desobediência pedagógica, a cidade, a praça, o parque, cada cantinho ao ar livre da escola, foram tomados como lugares fundamentais para garantir o direito das crianças à convivência. As experiências de professoras que inserem a natureza como temática e como vivência em seu cotidiano, ousando sair dos muros escolares, guiadas pela consciência da cultura pelo bem viver com o corpo e mente em desejo, alegria e liberdade, são inspiração. Afirmar um modo de convívio amoroso, fundamentado na ética do cuidado, que concebe o ser humano como parte da natureza, é confiar na invenção de outras educações, desfazendo os entraves conceituais e práticos que separam natureza e vida, vida e educação, criança e natureza, docência e experiência.

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